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A institucionalização do machismo


O empoderamento feminino é um termo que vem ganhando visibilidade nos últimos anos. Se antes as mulheres não tinham espaço para demonstrar seu total valor, hoje elas já provaram que podem atuar em áreas que eram dominadas pelos homens. Tudo isso é resultado do empoderamento. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, afirmou que na década de 70 apenas 18% das mulheres brasileiras exerciam alguma atividade remunerada e somente um terço delas tinham registro na carteira.


Hoje, mais 40 anos depois, as mulheres têm conseguido mais espaço no mercado de trabalho e em muitos setores a presença delas é predominante. Tudo isso é resultado de muita luta. No passado, milhares delas morreram brigando por esse empoderamento vivido na contemporaneidade. Podendo exemplificar o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, em Nova York, nos Estados Unidos no dia 25 de Março de 1911, onde centena de mulheres morreram queimadas, e outras ao se jogarem do edifício na tentativa de salvar as suas vidas.


Contudo a luta dessas mulheres ainda continua viva. Se antes a batalha era pelo direito de exercer uma profissão e com isso ganharem dignidade, a de hoje, todavia, é por mais oportunidades de assumirem cargos de chefia ou direção e por igualdade de salários.


O IBGE garantiu em uma pesquisa realizada em 2015 que é difícil encontrar uma empresa no Brasil que funcione apenas com a mão de obra masculina, no entanto, o órgão reafirma a mesma dificuldade de encontrar alguma que seja gerida por mulheres. A sociedade insiste em direcionar a funcionalidade da mulher apenas para o lar. Elas ainda são vista como a esposa, a mãe, a faxineira, aquela que faz supermercado e nunca a que administra uma empresa multinacional, por exemplo.


No jornalismo a coisa se repete. Foi o que concluiu uma pesquisa realizada por um grupo de comunicólogos da Bahia, que através de um aplicativo na web se juntaram e criaram o grupo #EUSOUJORNALISTA com a finalidade de discutir as questões do mercado da comunicação e as suas dificuldades vivenciadas na atualidade pelos profissionais da área.

A pesquisa ouviu 157 jornalistas dos dois sexos, entre o final de 2016 e o início de 2017. Na ocasião o coletivo descobriu, dentre outras coisas, que as redações estão cada vez mais frequentadas por mulheres de todas as cores, raças e religiões, como aponta o gráfico abaixo.


(Resultado da pesquisa do grupo #EuSouJornalista)

O #EuSouJornalista descobriu ainda, que apesar das mulheres serem maioria nesse mercado, a maior parte delas continuam sendo geridas/coordenadas por pessoas do sexo oposto.


É notório que as mulheres decidiram sair das cozinhas de suas casas e assumiram uma posição no mercado de trabalho, têm o seu próprio salário e consequentemente aumentaram a rentabilidade de suas famílias. Contudo, é importante atentar para o fato de que a batalha pelo reconhecimento ainda está longe de terminar.


É o que sugere um Levantamento de Dados feito pela Federação Nacional de Jornalista (FENAJ) com intuito de traçar o perfil do jornalista mercadologicamente. Esse estudo apontou que há uma disparidade entre os salários das mulheres e dos homens. Uma parcela significativa de profissionais mulheres de imprensa ainda não goza da mesma média salarial de seus colegas de profissão, apesar de na maioria das vezes serem melhor preparadas do que eles.

(Resultado do levantamento feito pela Federação Nacional de Jornalista - FENAJ)

Silvana Oliveira é uma das poucas exceções que existem no mercado da comunicação. Gestora há mais de 20 anos, ela garante que foi longo e árduo o caminho que teve de percorrer. A gerente de jornalismo da Rádio Sociedade da Bahia afirma que as mulheres contemporâneas têm o que comemorar, pois estão se empoderando dia após dia, mas ressalta para a necessidade das que estão no topo darem as mãos para as que também lutam para chegar lá.


Silvana diz ainda que, se a classe feminina se unirem as mulheres não só se tornarão mais fortes, como vencerão o preconceito e o machismo institucionalizado que infelizmente tem impedido delas crescerem dentro das empresas.

Já Louise Calegari se diz empoderada por também executar as tarefas domésticas de sua casa em paralelo com a uma agenda corrida de repórter de televisão, além de outras atividades que exerce para complementar a renda da família. Mas Louise complementa que o avanço conquistado pelas mulheres ainda é muito pouco se comparado a capacidade que elas têm de alcançarem lugares altos.​

A repórter Mariana Sena que estua no campo jornalístico há mais dez anos, disse que o preconceito contra a mulher está tão enraizado que acontece não só nas redações, mas também nas ruas. Mariana garante que o machismo é ainda mais contra as mulheres mais bonitas, pois elas têm de provar que a sua competência supera a sua beleza.A comunicóloga é taxativa ao dizer que isso se caracteriza machismo e que a Bahia reflete a realidade institucionalizada no país inteiro. Veja!​



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